Thursday, December 03, 2009

A Arte de Ronronar


E aí que alguém me chame de louca? Eu mesma estou sem entender nada... Como passei do pico da ansiedade de ontem para uma calmaria sem fim hoje? Seria o tal "silêncio que antecede o esporro"? Seria apenas eu me colocando nos eixos? Seria minha mania idiota de acreditar nos outros se manifestando?
Não sei... mas acho que incoscientemente resolvi não fazer isso comigo mesma. Provocar tamanho stress em si mesmo não pode ser bom. Deixa qualquer um em frangalhos.
Mas, a verdade chega a ser engraçada. Isso porque meus pensamentos me levam para as páginas de livros fantásticos*. Na minha opinão deve ser exatamente o que sente alguem que tem as emoções manipuladas por Jasper Hale**. Talvez eu tenha meu Jasper particular, quem sabe?
Mas, não consigo deixar de pensar como seria bom conseguir manipular as emoções. Não a dos outros, mas nossas próprias... Eu juro que nunca mais me sentiri ansiosa, nunca mais meteria os pés pelas mãos.
Mas sei que isso é impossível. Não existem por aí seres ronronadores (sim, porque na minha cabeça criativa o poder de Jasper funciona como o ronronar de um gato) que manipulem nossas emoções e, nofinal das contas, somos nós contra nossas próprias neuroses. E as minhas são muitas. Tantas que acho sensato incluir dentre os objetivos do ano que vem, aprender a "ronronar".
E aí, como se já não fosse provável que me achem uma louca, um sorriso desponta enquanto eu escrevo e os alunos fazem tarefas pensando: "essa professora não deve bater bem..."

* Fantásticos de fantasia e não de maravilhosos.
** Jasper Hale, personagem da Saga Crespúsculo, de Stephenie Meyer.

Simplesmente Assim...


A inspiração e a vontade de escrever sempre me chegam nas horas mais estranhas. Enquanto aguardo uma entrvista de emprego, enquanto espero alunos finalizarem uma prova, ou enquanto almoço sozinha no shopping. Mas, o que é certo sobre elas é que, em geral, chegam quando algo mexe comigo.
Uma vez você me disse que eu nunca escrevia sobre você. Grande mentira. Escrevo sim. De maneira camuflada e disfarçada, mas você sempre está lá. Seja na minha vontade de fugir, seja no anseio por mudanças, no desespero na decepção ou escondido nas letras de música.
Você sempre está lá. Implícito como meu desejo secredo de que um dia você me escolha, mesmo sabendo que isso é impossível.
Se você soubesse quantas vezes eu já te cantei em prosa e verso ou já te transformei em música de Los Hermanos você ficaria impressionado. Mais ainda se descobrisse de quantas maneiras já te assassinei em pensamento.
Não... nunca cheguei ao desespero de uma Amy Winehouse, chorando por você no chão da cozinha. Mas não posso dizer o mesmo do banheiro.
Você tem um grande poder sobre mim, que eu não consigo identificar. É assim. Eu planejo nunca mais cair na sua para dois dias depois estar pedindo para você voltar. Chega a ser ridículo. Patético mesmo. Como aquela célebre crise de choro.
Já tentei te odiar de todas as maneiras. Não pela nossa situação, mas pela pessoa em que me transformo perto de você: humana, irracional, sem nenhum controle sobre mim mesma. Justo eu que lutei tanto para acabar com quaisquer traços de normalidade.
Mas, fazer o que? É assim... Simplesmente como você disse outro dia, porque é assim. E não há nada que se possa fazer sobre isso...

Montanha Russa


De "nenhum texto", você mudou seu status para "todo texto". Talvez não diretamente. Mas é que tornou-se impossível falar do que eu sinto, do turbilhão de emoções e acontecimentos que transformaram minha vida numa montanha russa, sem falar de você.
Ainda não sei se eu gosto. Quer dizer... quem gosta de incerteza? Eu sempre fico insegura com mudanças. Acho que é coisa de canceriano. Incertezas me deixam louca! Talvez porque eu mude tanto de opinião, sem o menor motivo, que acho sempre que todo mundo vai mudar. Ou talvez seja a sua própria inconstância.
Eu achava que estava feliz com a tranquilidade da minha vida no tempo que você esteve distante. Mas hoje, pensando bem, percebo que não sei o que aconteceu nesses meses. Minha vida parou no domingo de carnaval, por motivos que não cabem aqui, e recomeçou no último mês.
O que eu fiz? Quem eu conheci? O que aconteceu? Me lembro vagamente de levantar cedo às segundas feiras para frequentar um curso na USP. O resto me parece tão distante. É quase como se fossem sombras de um passado longinquo.
Pensando bem, acho que prefiro a incerteza. Prefiro a expectativa. Prefiro a vida. É muito chato deixar que os dias passem pela gente. Bom mesmo é passar pelos dias.
E, no final das contas, acho que desliguei porque sinto falta de aventuras. Sinto falta das nossas risadas, das idéias mirabolantes, dos planos que não se concretizam... Sinto falta de vida. Sinto falta de você. Só não sei até quando.