Friday, October 13, 2006

Sobre mentiras e matemática


Confesso: sou um poço de contradições! Mas isso nem é novidade para ninguém. Já confessei aqui e em qualquer outro lugar onde eu tenha colocado minhas características (Orkut, fotolog, blog, My Space...). Por isso, não adianta nada você aí, que me conhece pessoalmente, me apontar o dedo e dizer que sou hipócrita ao criticar algumas coisas.
Eu faço! E justamente porque faço, sei que na verdade muitas vezes não é de verdade! É o mais puro fingimento para se conseguir aquilo que se deseja. Explicando: eu odeio dramas!
Sabe, aquele draminha barato do tipo: “você não me ama mais, por isso não quer ir comigo assistir pela milionésima vez aquele filme chatíssimo no cinema”, “eu sou a pior pessoa do mundo”, “você me odeia”.
Ah, tenha a santa paciência! Adultos que se prezam devem conversar como adultos e não como criancinhas do primário que tentam chantagear as mães para conseguir faltar às aulas, ou como as mães desses seres mimados, tentando convence-los a fazer algo que não querem.
Fora o tanto que me irritam aquelas coisinhas do tipo: “ai, estou dodói, cuida de mim.” Noooooooossa! Tenho vontade de voar no pescoço da pessoa e dizer pra criar vergonha na cara!
E pode me chamar de fria. Porque se não ter paciência para frescuras for sinônimo de frieza, então eu sou fria mesmo!
Mas, a essa altura do campeonato, você já deve estar se perguntando, porque cargas d’água estou falando isso, não é mesmo? Eu já explico.
Sabe aquelas pessoas que surgem na vida da gente e vão se tornando cada dia mais importantes? Você se abre, se entrega, é totalmente transparente. Aí, um dia, você descobre que tudo, praticamente tudo que a pessoa te contou sobre a vida dela, não passava de uma mentira. Sinceridade, naquela relação, era via de mão única. Qual seria sua reação? Ficaria magoada, dolorida, puta da vida mesmo, não é?
Aí, você vai conversar com a pessoa e deixa isso bem claro. E ainda acrescenta um: “eu te entendo, mas não peça para confiar em você tão cedo”. (e isso contando que você seja a mais compreensiva das criaturas, ou esteja numa fase muito zen. Porque o normal seria um “suma da minha vida”.) E ainda tem que ouvir do bonito, ou da bonita um: “não se faça de vítima!”
Não!!! Responda-me sinceramente: não é o fim da picada? O cúmulo da hipocrisia?
Você é enganado e ainda lhe acusam de se fazer de vítima?
Nesse ponto é hora de fazer outra confissão: eu tenho vontade de matar uma criatura dessas! E se não o faço são por dois motivos: prisão especial para quem tem diploma de curso superior só é válida até o julgamento e porque a vida dessa pessoa infeliz deve ser tão chata, que ela precisou inventar uma muito melhor para se tornar atrativa aos meus olhos.
E então o tempo passa. Porque eu venho aprendendo que tomar iniciativas de cabeça quente pode não ser exatamente a melhor opção. E eu começo realmente a acreditar que quando essas coisas acontecem mais de uma vez, a culpa é realmente minha. E de todas as outras pessoas que perdoaram uma “mentirinha”, ao longo dos tempos.
Mas, no meu caso é pior. Não bastasse a culpa por permitir que façam isso comigo, ainda me resta a consciência me dizendo que eu não aprendo com meus erros e, principalmente, o arrependimento por não ter ouvido o conselho que um professor de matemática deu para minha sala quando eu estava na 7ª série do ginásio. Ao passar uma prova para a turma ele disse: “gente, se vocês não souberem como resolver alguma das questões, coloquem a primeira besteira que vier à cabeça. Porque se vocês ficarem pensando muito tentando resolver o problema, vão começar a inventar e a coisa vai ficar bem pior.”
Não entendeu a relação? Eu explico: me arrependo muitíssimo de não ter seguido meu primeiro instinto e exterminado com a figura lá, no comecinho, quando tive vontade.
Aff... depois dizem que o que a gente aprende nas aulas de equações de primeiro grau, na escola, não vai servir para nada pelo resto da vida. Viu? Eu, se fosse você, começava a prestar mais atenção ao que os professores falam. Sempre se pode aprender alguma coisa extra-curricular

Friday, August 18, 2006

Esperando ansiosamente


O hábito adquirido na infância de ler tudo o que me caía nas mãos fez com que, algumas vezes, eu desejasse ter escrito alguma daquelas coisas.
Mas, eu acho que nenhum texto se encaixa tão bem nessa condição como “Um Telefonema” de Dorothy Parker. Ali, ela descreve tão bem as angústias, as ansiedades, de alguém à espera do malfadado telefonema, que é impossível não se ver no lugar da personagem principal.
Mas, o melhor de tudo é perceber como a história é atemporal. Hoje, como quando os telefones tornaram-se populares, o sofrimento de quem espera continua a mesma.
Qual mulher já não tentou enganar o relógio para que o tempo passasse mais rápido? Ler, sair, conversar com uma amiga, usar o telefone só para ter a desculpa de ligar depois dizendo: “estou ligando porque talvez você tenha me ligado e eu estava usando o telefone”.
Todo mundo já passou por isso. Todo mundo já quase caiu de uma cadeira, sobressaltado, ao escutar o toque do maldito aparelho. E muitos já passaram pela frustração de não ter o desfecho esperado para sua história.
É, eu sei. A história se repete ano após ano. Mas, sinceramente, não acredito que Dorothy Parker tivesse a noção do que ainda estaria por vir.
Os ansiosos do Século XXI têm que lidar, ainda, com celulares, pagers, Orkuts, e-mails e o famoso MSN.
Agora, sair para dar um passeio tentando distrair e matar o tempo, não adianta mais. Afinal, o celular vai atrás e, para completar, ainda serve como relógio.
Pior ainda, se o famoso “te ligo, ou nos falamos amanhã”, não vir seguido de um horário. Pronto. Está feita a lambança. Um dia todo de espera e nem um minuto de sossego.
Quem nunca se pegou apertando F5 no teclado do computador, repetidas vezes, só para ver se a esperada “foto” aparecia ali, como entre as pessoas que estavam on line, ou na sua página de “recados” para ver se seu “objeto de desejo” tinha dado um sinal de vida.
Confesso que o barulhinho da entrada de um contato no MSN já me fez pular muitas vezes e voltar, do meio do corredor, só para ver quem estava entrando. Já parei de jantar para ver quem me chamava no computador. Enviar/Receber do meu Outlook é o “botão” mais cobiçado, ainda que esteja programado para verificar a cada 1 min a chegada de novos e-mails.
É, eu sei que sou ansiosa. Sei, também, que sou neurótica. E quando o assunto é esperar, fico cada dia mais. Mas, eu não ligo. Afinal, que atire a primeira pedra quem nunca sentou na frente do PC e ficou conectado, torcendo e pensando: “sobe, plaquinha, sobe”, ou não olhou de cara feia para algum morador da casa que se atrevesse a usar o telefone num desses dias.
Sorte de quem vê a plaquinha subir, o outlook avisar a chegada de nova mensagem ou o Orkut acusar novo scrap. Sorte de quem tem seu programa de TV favorito interrompido pelo barulhinho chato do recebimento de mensagens via celular ou pelo o toque do telefone. Pode-se dizer que vocês foram abençoados! Agraciados com o dom, como costumo brincar.
Para os outros, fica o conselho que eu mesma já segui muitas vezes: “Get a life!”
Em português? Viva! Vai para a rua! As coisas só acontecem quando você desencana totalmente delas! Ou nunca reparou que quando você não está a procura de um namorado(a) sempre aparecem cinco ou seis pretendentes?
Quanto a mim, estou acabando de escrever esse texto e me mandando para uma festa! Mas, tenho que confessar que isso é fácil, quando não se espera o telefonema de ninguém, ou já recebeu pelo menos uma notícia no dia.

Sunday, August 13, 2006

Complexa ao extremo


Confesso: sou um poço de neuroses! Complicada, estressada, ansiosa. Tenho a exata noção do quão difícil pode ser me entender, porque eu mesma, muitas vezes, não me entendo. A rainha das contradições. Muito prática para algumas coisas, a complexidade em pessoa para outras.
Por aí, pode-se imaginar como são meus relacionamentos amorosos, não é mesmo? Desde adolescente, nunca fui o tipo de garota que ficava trocando de paixões como quem troca de roupa. Assim, enquanto minhas amigas colecionavam namorados, eu me dedicava aos amores platônicos. Tímida que só eu, nem me passava pela cabeça a idéia de dar um passo para mudar a situação.
Mas, um dia tudo muda. Tranquei a timidazinha idiota dentro de um calabouço seguro e saí para a vida. E aí as coisas se inverteram. Continuava não colecionando namorados, mas colecionava casos. Nunca trazia homens em casa para serem apresentados à família. Minha mãe sempre sabia com quem eu estava, mas dificilmente seria capaz de identificar o rapaz se encontrasse com ele na rua.
Até que um dia, o caso mais improvável, tornou-se o namorado mais improvável. Não me pergunte como! Nunca consegui uma resposta para essa pergunta. A mais plausível, talvez, seja o famoso “vou gostar de quem gosta de mim” (que já foi tema de um texto publicado aqui).
Cansada de “sair para caçar” e cercada, por todos os lados de “amigas namorandinho”, resolvi dar uma chance. Foram mais de quatro anos durante os quais quem nos via juntos acreditava que “era pra sempre”. Bem sucedidos, descolados, festeiros.
Um dia eu acordei. Descobri que eu não era mais eu. Que eu tinha me transformado na projeção da namorada perfeita de alguém. E, definitivamente, eu não queria aquilo para mim.
Joguei tudo para o ar, no ano que deveria mudar meu estado civil nos documentos. Senti muito, mas não sei viver sufocada. Posso me dedicar a alguém, mas preciso ter vida própria... Posso fazer parte da vida de alguém, mas não sei ser a vida de alguém.
Assim, com o poder de fazer o que quisesse com meus dias e, principalmente minhas noites, voltei à ativa. De caso em caso, de paixão em paixão, de festa em festa.
Vontade de encontrar alguém para ficar, não falta. Afinal, tem horas que ter um namorado é muito bom e, principalmente, mais prático. Mas, como eu costumo dizer, isso e doença que dá e passa. Basta assistir, um segundo depois, a uma cena de um casal mega apaixonado, ou alguém deixando de fazer algo que gosta só porque o namorado não gosta, ou desaparecer do convívio dos amigos, que a velha vontade de esganar um volta à tona.
Não consigo me conformar e entender quem se anula em função do outro. Porque quem já passou por isso, como eu, sabe as conseqüências. Definitivamente, acho que não sou alguém namorável. Fico em dúvida, às vezes, se sou sequer suportável.
No final das contas, me pergunto se nasci com defeito de fábrica ou sou só alguém que consegue analisar friamente esse tipo de coisa.
Certeza, eu só tenho mesmo, que sou uma pessoa muito diferente da maioria. Principalmente daquelas mulheres que ainda acreditam que para serem felizes precisam ser um casal. Essas têm entre as suas neuroses, o medo de ficar sozinha. Enquanto eu tenho medo de estar junto e me deixar anular novamente.
Mas, quer saber?Como faço com todas as minhas complicações, também essa não me interessa resolver. Sem elas eu perderia grande parte do meu charme (se é que ele existe!!!?!?!?!!?). Ou pelo menos da minha ironia. Perderia, com certeza, a habilidade de fazer graça de tudo. E me tornaria a mesma chata que eu tranquei no calabouço (junto com a timidazinha) quando resolvi retomar as rédeas da minha vida

Saturday, August 05, 2006

O Príncipe Desencantado


Desde pequena eu tripudiava a idéia do “Príncipe Encantado”. Achava ridículos aqueles contos com a princesa que vivia para encontrar seu amado que, um belo dia, chegaria num cavalo branco, usando aquelas roupinhas cafonas (meias brancas, uma espécie de shortinho com elástico nas pernas, blusa com mangas bufantes, capa e um chapeuzinho esquisito com uma pena de enfeite, para arrematar).
Aquilo simplesmente me matava de tédio. Eu gostava era da madrasta má. Aquela que fazia príncipes e princesas de tontos e aterrorizava o reino todo (e quem me conhece sabe que isso até deu origem a um site, o Malvadas).
E a história de beijar o sapo então? Inadmissível. Eu beijaria um sapo sim, com todo o prazer do mundo, se ele se transformasse num mago com o qual eu pudesse levar uma vida cheia de aventuras e surpresas. Isso porque a vida perfeita do casalzinho principal dos contos de fada, depois do “e foram felizes para sempre”, devia ser insuportável.
É claro que até as madrastas más e as bruxas podem se apaixonar perdidamente (nunca por um sujeitinho num traje que inclua um shortinho com elástico nas pernas, óbvio!). O amado dessas mulheres seria muito mais interessante. Mas eu não me lembro de uma estória que aborde o tema. Pelo menos, não uma estória infantil. O que me leva a ter certa pena das garotinhas, admiradoras dessas princesas, que vão passar a vida toda acreditando que o senhor perfeito, vai bater à porta da sua casa um dia e que eles terão filhos e serão felizes para sempre. Que esse ser maravilhoso nunca vai arrotar ou ir ao banheiro de porta aberta. Que ele vai ter uma mira perfeita e ela nunca vai ter que pedir para levantar a tampa da privada.
E, acreditem: ainda existem mulheres que esperam por esse carinha! Eu mesma conheço uma meia dúzia.
Discutindo isso, então, um dia me foi perguntado qual seria o meu homem perfeito.
Minha resposta? Não existe. É, não existe. E não existe porque eu não quero ao meu lado alguém perfeito. Quero alguém real. Do tipo que erra, que acorda amarrotado, que faz bagunça, que erra o caminho, que esquece de trazer alguma coisa do supermercado, que me mate de raiva num dia e me faça dar gargalhadas no dia seguinte.
Entretanto, como ninguém é de ferro eu me dei o direito de sonhar um pouquinho como seria a “imagem” dessa figura. Teria cabelos escuros (porque o mundo sabe que eu não gosto de loiros, mas complexa que sou, me acabo por alguns do tipo) que poderiam ser curtos, médios ou longos, mas cuidadosamente desarrumados. Ele até poderia vir montado num cavalo (afinal, vilões e magos também são adeptos dessa prática), mas é mais provável que venha numa moto ou num carro que não tenha sido ganho do papai. No lugar das meias brancas e do shortinho, uma calça jeans e no das botas, tênis (claro que o All Star seria o campeão da preferência, mas...). Substituindo a camisa de mangas bufantes, uma camiseta e uma jaqueta estilosa. E, por último, se tivéssemos que escolher alguma coisa para ficar no lugar da espada, seria uma bela guitarra.
Ao lado dele eu correria o mundo, visitando os lugares mais inusitados e maravilhosos. Veríamos shows incríveis, leríamos pilhas de livros e ouviríamos só as melhores músicas.
Descrevo, divago, viajo, sonho e... volto para o mundo real. Afinal, até o meu “príncipe desencantado” é uma idealização tão perfeita de alguém que se torna impossível encontra-lo em qualquer lugar. E como levar a vida esperando ou procurando alguém não está entre minhas vocações eu continuo por aí, curtindo os rapazes de carne e osso. Cada um com sua característica do meu objeto de desejo, mas que são capazes de me fazer especialmente feliz. Cada um a seu tempo!

Sunday, July 30, 2006

Eu descobri


Eu descobri que:
1) Acordar na segunda-feira com chuva é um saco. Mas aquele barulhinho da chuva batendo na janela, numa manhã de domingo, quando você sabe que pode passar o resto do dia na cama, é MUITO BOM!

2) Que dormir junto é gostoso. Mas dormir sozinho também pode ser uma delícia! (principalmente se você já passou pela traumatizante experiência de dormir com alguém que ronca como turbina de um supersônico)

3) Que a gente pode e deve mudar de opinão sobre as pessoas! E que aquela supervisora que todos diziam que era uma carrasca chata pode se tornar sua melhor amiga. Enquanto que aquele cara por quem você derramou muuuuuitas lágrimas, não passou de mais uma na sua vida!

4) Que deixar de fazer o que se gosta e se quer por causa dos outros é estupidez!

5) Que aquelas histórias dos filminhos da "Sessão da Tarde", tipo "Admiradora Secreta" e "Alguém Muito Especial" (a menina tem um amigo, por quem é apaixonada, e que é apaixonado por outra garota. A menina ajuda o amigo a conseguir a garota e, quando isso acontece, ele descobre que ela é um saco e o grande amor de sua vida é a sua amiga), podem ser verdadeiras e, pasmém, também acontece com os garotos!

6) Que quando a gente beija um sapo ele pode se transformar em: a) Num príncipe, ou seja, num cara chato, previsível e pegajoso que te liga 20 vezes num dia; b) Num mago ou sábio poderosíssimo, que vai trazer toda a magia e a maravilha pra sua vida (desse tipo eu nunca beijei nenhum e se vc conhecer algum solteiro, me apresente); c) Em algo parecido com um grande mago, mas que o tempo, a convivência e a experiência, mostram que era só um aprendiz de ilusionista.

7) Que posso me interessar por alguém que eu conheço e em quem nunca tinha pensado como uma possiblidade.

8) Por fim, descobri que a cicatriz do machucado que eu fiz no tombo que levei naquele maldito churrasco de carnaval, ainda dói conforme o sapato que eu uso!!! rs

Quando gostar de quem gosta da gente não é suficiente


No começo tudo é lindo! Você vai ganhar flores, presentes, carinhos e toda a atenção do mundo. Você vai se sentir importante, querida. Afinal, você já não acreditava mais que pudesse ser amada desse jeito, que merecia tudo isso. Você vai chorar com as declarações. Então, um dia as coisas mudam... Você percebe que isso já não é suficiente. Não é suficiente quando percebe que seus olhos não brilham quando você fala dele. Que comprar um presente é uma coisa mecânica. Que toda aquela atenção e carinho é enjoativo porque você não sente o mesmo. Não é suficiente quando você percebe que sair pra balada com os amigos, sem ele(a) é tudo o que você queria. As flores e os presentes vão se tornar irritantes. A presença insuportável. A lembrança desagradável. Você vai começar a ficar doente todas as vezes que tiver marcado algo com a pessoa, inconscientemente. Quando isso acontece, o melhor é parar antes que vire ódio. E o final? Quando chega é triunfante. Via de regras as duas pessoas saem machucadas. Uma porque achava que tudo estava normal. A outra porque percebe que estava se ferindo, se violentando, em nome de algo que não existia. Mas, a liberdade e a sensação de alívio são insuperáveis!” Eu? Eu aprendi! E embora a tentação de gostar de quem gosta de mim seja grande, aprendi que toda a amargura que isso trouxe para a minha vida não vale a pena!"

Thursday, July 27, 2006

Tudo diferente


Se eu tivesse uma chance faria tudo diferente. Me transformaria na garotinha meiga que todos imaginavam que eu seria. Viveria para casar, ter filhos, cuidar da família. Levaria uma vida comum, com todos os percalços que ela traz consigo.
A essa altura já teria minha casa e aos domingos reuniria as duas famílias (minha e de meu marido), para um churrasco. Nos meus aniversários, e nos dele, convidaríamos os amigos para uma festa sem muita badalação, ou sairíamos para comemorar num restaurante, ou na pizzaria.
De vez em quando encontraria minhas amigas de escola, lembraríamos os velhos tempos, discutiríamos os melhores métodos para criar nossos filhos e falaríamos sobre os empregos perfeitos de nossos maridos perfeitos.
Uma vez a cada bimestre eu iria nas reuniões de pais e combinaria o rodízio com as mães dos amigos dos meus filhos, afinal, era nosso dever zelar pelo meio ambiente e não ficarmos poluindo a atmosfera utilizando um carro para levar apenas uma criança para a escola.
Eu realizaria os sonhos dos meus pais, da avó, dos tios, do mundo. Seria a mulher perfeita. Aquela que espera o maridinho em casa, com o jantar pronto e sempre disposta a me entregar aos seus desejos.
E então, enquanto meus filhos perfeitos crescessem, eu os obrigaria a ser uma série de coisas que, na verdade, refletiriam os meus desejos e sonhos sufocados e abandonados em algum momento.
Pensando bem, se eu tivesse uma chance, faria tudo igual! Não nasci para levar uma vida burocrática e sem aventuras. Não quero chegar ao fim da vida pensando: "ah, Deus, como eu queria ter vivido de outro modo!"
Não, eu não quero isso.
Gosto das coisas como elas são hoje! Não entendo quem deixa a vida passar. Para mim, nós é que temos que passar por ela. Deixar nossa marca. Não sermos marcados.
Levo a vida do meu jeito. Amando intensamente cada um dos homens que passaram por ela. Desistindo de cada uma das coisas que eu acreditei que não valeriam nada ou não me trariam nada de bom. Experimentando, correndo, vivendo, respirando, sufocando...
Não nasci para sexo burocrático. Talvez por isso não tenha tempo para perder.
Faço aquilo que tenho vontade e isso independe da opinião alheia.
Eu amo as coisas do jeito que eu faço e tenho pena daqueles cuja única forma de se divertir é falando da vida alheia. Afinal, as suas são tão medíocres que não lhes resta mais nada.
Não critico, nem julgo quem leva a vida que descrevi acima. Ela só não serve pra mim. Como a minha não serve pra essas pessoas. Então, eu simplesmente gostaria que elas não me criticassem ou julgassem.
Como não sei se isso é possível, eu, sinceramente espero que elas sejam capazes de experimentar, pelo menos uma vez, a delícia que é o frio na barriga de quem anda numa montanha russa. Seja ela de emoções e sentimentos, seja ela de um parque de diversões. Afinal, todos nós devemos arriscar pelo menos uma vez. Eu sou apenas alguém que escolheu ar

Piloto Automático



“Você está praticamente namorando, só que sem beijar na boca!”
Timmmmmmmmmmm!
Ouvir uma frase dessas de uma amiga logo pela manhã faz tocar o sininho interno de qualquer um.
Como assim? De repente você pára e numa questão de segundos faz uma retrospectiva dos últimos acontecimentos da sua vida. Mais ou menos como acontece com as pessoas que passam por uma experiência de quase morte (bem, pelo menos isso é o que dizem, não é mesmo?).
O que você fez nos finais de semana dos últimos três meses? Pra quem você liga na hora de desespero? No colo de quem você chora quando alguma coisa não está bem?
Sim, sim... durante um período desse vocês foram “ficantes” ou “peguetes” como dizem por aí. Mas, acabou! E já faz um tempinho. Um dos dois até já começou a namorar. Mas parece que vocês não se deram conta das mudanças. Às vezes é preciso alguém de fora dar palpite sobre isso, para fazer “cair a ficha”.
“Somos amigos, apenas amigos.” Assim é a resposta para qualquer um que pergunte...
É, amigos que não se desgrudam, que brigam, que regulam a vida um do outro, que se vêem com mais freqüência do que muitos namorados (inclusive do que o casal que se formou após o fim da amizade colorida de vocês).
Mas, o que você vai fazer a respeito, hein? Se dar conta e deixar por isso mesmo?
Não me venha com essa, ok? Não tomar atitudes é coisa pra fracos!
Pare de recusar convites! Pare de não pensar nas possibilidades! Faça alguma coisa! Aliás, faça qualquer coisa, mas aja, por favor!!! É o mínimo que você pode fazer!
Então você pára e pensa: “hmmm não sei o que quero de verdade...”
Pois então descubra, porra!
Você gosta da pessoa? Aja!
Seus sentimentos são apenas de amizade! Aja também!
O que você não pode é se anular! E se você me disser que descobriu tarde demais que o amava, lembre-se: “tudo tem seu tempo!”
E, please, arrume alguém pra “perder uma meia hora” enquanto as coisas continuam nesse pé!
E no final, lembre-se sempre dos sábios versos da música do Los Hermanos:
“sei, tanto te soltei que você me quis em todo lugar...”
Agora, faça-me um último favor? Saia da frente desse maldito computador e vá cuidar da sua vida porque príncipes encantados em cavalos brancos só existem em contos de fadas e, com certeza, são chatíssimos! Então, vista uma roupa bem legal e vá curtir sua vida!
Eu agi, perdi muitas meias horas e me resolvi! Ah... e como me resolvi! ;)

Todo mundo já caiu de amor


Todo mundo já caiu de amor alguma vez na vida. Amor daqueles que a gente acha que não vai mais conseguir respirar se não tiver a pessoa por perto. O peito dói, o estômago gela e as pernas tremem. Só de pensar no amado o corpo reage. E se somos correspondidos, então... Ah...
No início tudo é lindo, a felicidade é contagiante, os risos são fáceis, os dias leves, as noites juntos são curtas e as separados parecem sem fim. As bocas, as mãos se procuram, a cabeça encostada no ombro, os olhos fechados... Êxtase puro!
E, então, um dia chega o fim. A famosa frase “precisamos conversar” traz consigo toda a ansiedade e o desespero. A intuição avisa, mas nos recusamos a acreditar. Invariavelmente uma das partes sofre mais do que a outra. Vem o choro, a depressão, a vontade de sumir.
O estômago já não gela, se contorce. As pernas já não tremem, não têm forças. O coração dói e respirar é insuportável. O bolo na garganta não deixa passar nada. Difícil controlar as lágrimas, impossível esconder a tristeza.
Com o tempo essas sensações diminuem. E o relacionamento fica no passado. Na memória apenas a lembrança dos momentos passados juntos. Mas, o que acontece quando a tristeza diminui mas o amor não passa? E fica lá por tanto tempo que parece fazer parte da gente. Você se acostuma com aquela sensação, se apega ao sentimento... E, de repente, já não quer mais que ele passe.
“Não, não... já me acostumei a esse amor, não quero outro! Pra que? Pra sofrer de novo depois?” Perguntas típicas de quem se recusa a dar um passo adiante.
Mas aí, um dia, por mais que relute, percebe que acabou. Alguém chegou de mansinho, como quem não quer nada e ocupou o espaço que era de outro. E, então, não sei como, mas você parece entrar em luto. Fica triste. Mas uma tristeza diferente. Daquelas que você sente não porque perdeu alguém (afinal, essa você já tinha sentido tempos atrás), mas porque percebe que aquele sentimento que você jurava ser “para sempre” acabou. Como acabou? Não tinha que ter acabado? Ele já fazia parte de você...
Por uns dias vai ser estranho, você parece que roda, roda, roda e não sai do lugar, não sabe que caminho seguir. Mas, um dia vai acordar olhar a sua volta e dizer: “Já era hora! Um dia tinha que acabar! Melhor assim, guardarei as lembranças! Sou feliz por ter vivido algo tão intenso. Afinal, triste de quem nunca experimentou um sentimento tão bom pelo qual pudesse se apaixonar.”
Então, você levanta a cabeça e segue em frente. Com a certeza de que está pronto pra recomeçar e se apaixonar novamente. Dessa vez, não por um sentimento, mas por alguém de verdade.

Meu vicio


Ainda me lembro da primeira vez! A diferença era de apenas 03 anos e, do alto dos meus 19 anos eu achava que poderia dizer: “escuta aqui, seu molequinho!”, cada vez que ele fazia alguma coisa que eu não gostava. Naquela época eu já achava que sabia tudo e mais um pouco sobre a vida para dar lição em alguém mais novo do que eu. Quanta ilusão! Só porque eu estava na faculdade e ele ainda cursava o “segundo grau”.
Claro que a relação não durou. Não pela diferença de idade, mas por todas as outras coisas que a cercavam. E eu continuei me envolvendo com garotos mais novos sem nenhum pudor. Teorias não me faltavam sobre o porquê de estar com eles.
E não foi por falta de tentativas. Namorei alguém da minha idade, “flertei” com homens mais velhos. Mas, a verdade, é que meu espírito aventureiro e irreverente, do tipo que adora uma festa e uma bagunça nunca conseguiu sustentar uma relação desse tipo.
Ficar em casa num final de semana assistindo filme, ir a uma pizzaria no sábado à noite, reunião formal com amigos de trabalho do casal, sempre me entediaram! Eu nunca consegui acreditar que esses programas típicos de namorados que se isolam pudessem bastar. E, para mim, não bastaram. Tanto que me sufocaram e me fizeram voltar ao que eu era antes.
É mais ou menos como aquelas pessoas que usam um tipo de droga, fazem um tratamento de desintoxicação, passam um tempo na abstinência, mas, um dia, alguma coisa as leva de volta para o vício.
Sim, vício. Porque hoje já acredito que os garotos mais novos são, na minha vida, um vício. O frescor, a aventura, a inconseqüência, a disposição, o riso descompromissado, o olhar atrevido, a inquietude, me atraem. E me puxam como um vórtice insano pra dentro desses relacionamentos.
Eu já perdi as contas de quantas vezes me envolvi de quantas “ficadas sem compromisso”, dentro de quantas deliciosas confusões já me encontrei, levada pelos braços desses garotinhos. Ah, e que garotinhos.
Desculpas não me faltam, juízo talvez! Quem me conhece sabe quantas vezes eu já prometi que não entraria numa dessas novamente. Mas, fazer o que se “meu nunca” mais dura apenas até o próximo encontro, telefonema, msn ou torpedo SMS?
A verdade é que eu não me arrependo! E, se algum dia você me ouvir dizer que acabou não acredite! É bem provável que seja uma segunda daquelas em que eu estou morrendo de ressaca pelas aventuras do final de semana.
Nada que o sorriso ou alguma coisa “ingênua” saída da boca de um desses garotinhos não cure!

Eu te Amo Não é Bom Dia



Eu acho que a gente deveria mudar o jeito de cumprimentar as pessoas pela manhã! É, porque algumas frases se tornaram tão banais que poderiam muito bem substituir o famoso "bom dia".
Quantas vezes você já não disse bom dia simplesmente por dizer? Você sai no portão de casa e encontra aquele vizinho com quem nunca sequer trocou uma idéia, mas, as regras da boa convivência afirmam que você tem que dizer "bom dia" para as pessoas que você conhece!
Você entra numa sala lotada e não conhece absolutamente ninguém. Dá uma olhada em volta e dispara o cumprimento, só para parecer simpático.
Está andando pela rua e o velhinho que você nunca viu mais gordo sorri e deseja um bom dia! Eu sempre penso: "quem será essa figura?!?!?!? Mas, se ele quer dar bom dia problema dele, né?" E retribuo.
Mas, eu invariavelmente penso: "por que cargas d'água eu tenho que dizer bom dia?" Se não conheço não digo mesmo! Pode parecer mau humor, grosseria, o diabo a quatro! Mas eu que não vou gastar meus "bom dia" com qualquer um. E eu sou chata mesmo!
Agora, imaginem: se sou econômica com essa expressão tão banal, que dirá com outras que merecem nossa maior atenção?
Isso mesmo! Se não digo nem bom dia, que dirá "eu te amo" para qualquer um!
Não sei de onde se convencionou que deve-se dizer "eu te amo" pra tudo e pra todos! Já estou até vendo. Daqui a uns dias ao sermos apresentados para alguém deveremos dizer: "oi, muito prazer, eu sou a fulana e eu te amo!"
Droga! Eu te amo é sério! Não é algo que se sai por aí dizendo para todo mundo sem saber o que isso significa de verdade.
Ninguém ama do dia para a noite! Ninguém ama quem se acabou de conhecer. Ninguém ama o colega de boteco!
Será possível que não há uma só pessoa no mundo que perceba a confusão que isso pode causar? Imagina se você diz pra alguém que o ama e um belo dia a pessoa resolve pedir algo improvável/impossível... "Que é isso? Você está louco?", seria sua reação. "Ué, mas você disse que me ama e quem ama está sempre ao lado da outra pessoa.", seria a resposta.
Quem poderia condenar hein? Responda-me! Absolutamente ninguém!
Por isso eu peço uma única coisa: aprendam que "eu te amo" não é "bom dia", porra! Então não saia por aí dizendo isso sem ter certeza do que sente se não quer pensar nas conseqüências que isso pode ter.
E, lembre-se: com sentimentos não se brinca! Nem com os seus, nem com o dos outros!

A difícil arte de tentar emagrecer


Alguém me explica como isso é possível? Você passa dias comendo quase nada, se privando dos prazeres da gula, faz um esforço hercúleo para levantar mais cedo todos os dias para fazer ginástica e... nada! Absolutamente nada acontece! Aliás, acontece! Você continua engordando como uma porca confinada para o abate!
Enquanto isso, aquela insuportável da mesa ao lado passa os dias se empanturrando de salgadinhos, balas, refrigerantes e milk shakes e continua magra com uma tábua.
Impossível acreditar nisso! Como você come uma folha de alface e parece que todas as calorias do mundo resolveram se concentrar nela?
Ah, claro! E se não bastassem sua luta diária e todas as neuroses que ela traz junto, (sentadinhas num hipopótamo, claro, pra lembrar de como você está gorda), ainda tem sempre um engraçadinho para dizer: “você engordou, hein?”
Você dá um sorrisinho amarelo e grita, mentalmente, todos os palavrões que você aprendeu em seus anos de vida. Então, olha para o imbecil que está parado à sua frente e diz: “pois é, mas eu não me importo com isso.”
E você acha que isso é ruim? Ahaha! Com certeza se apenas seus amigos dizem isso você pode se considerar no céu. Mas, como já diria o velho Murphy, nada está tão ruim que não possa ficar pior. Ah, sim... realmente pode ficar pior.
Já não bastasse sua família, amigos, ex-namorados, namorados, ficantes e adjacentes repetindo a frase que já se transformou em refrão na sua vida, um dia você passa na loja de conveniência do posto de gasolina e encontra seus amigos que estão por lá bebendo. Você pára e fica por lá, jogando conversa fora. Então, surge um bêbado, velho, daquele tipo que já passou por todos os bares da cidade e resolve mendigar álcool na sua mesa. E o pior, é que por mais que insistam ele não vai embora porque sempre tem um espírito de porco (um espírito, porque o porco gordo em questão é você mesma, né?) que dá atenção para o infeliz. Ele, então, que já está lá por longos cinco minutos acha que é amigo intimo de todo mundo e resolve dar palpite na sua vida: “mas você está barrigudinha, hein?”
Como assim? Dá para alguém prestar atenção em outra coisa? Era só o que me faltava! Um bêbado, loser dando palpite na minha gordura!
O grupo todo dá risada. Afinal, não sei de onde saiu a idéia que gordura é engraçada, não é mesmo?
Só resta ir embora! Depois dessa, fazer o que? A essa altura você já está com vontade de sumir e pede pelo amor de Deus para cair dentro do primeiro bueiro do caminho. Mas, então você lembra que isso não será possível. Afinal, sua barriga não permitiria. Você ficaria entalada e então a depressão seria ainda maior.
Melhor mesmo ir para casa aprender a fazer fotossíntese.
Você chega, resolve que amanhã começa o seu milionésimo regime, mas, então, pára e pensa: “quer saber, foda-se! Eu sou mais eu e quem gostar de mim que seja assim! Gorda!”
E como se é para engordar que seja em grande estilo, ataca aquela caixa de bombons importados que você tinha comprado para dar de presente para a namorada do seu irmão que faz aniversário dali há dois dias! Ah, claro! E que é magra como um palito!

Friday, March 24, 2006

A delícia de te amar


A delícia de te amar me faz bem
Me faz gelar no calor
E queimar no frio
Seu olhar me incendeia, me cala, me fala
Seu beijo me entorpece, me adormece, me vicia
Suas mãos me enlouquecem, me acariciam
Seu sexo me alimenta
Quando estamos juntos sou completa
Então você se vai...
No seu lugar o vazio me deprime
De repente já nem sei mais quem sou
Apenas um corpo inerte que clama por seu amor...

Wednesday, February 22, 2006

Desejo


Seu beijo.
Meu desejo.
Meu anseio.
Seu desprezo.
Seu toque.
Meu vício.
Minha dor.
Seu prazer...

Tuesday, February 21, 2006

Doce Sabor do Veneno


Primeiro vem o olhar, o sorriso.
Depois o toque.

As mãos percorrem o rosto, acariciam os cabelos.
Os dedos passeiam pelos lábios úmidos.
E então o beijo, o abraço.
De repente somos um só.
Corpos entrelaçados pelo desejo.
Movimentos cadenciados.
Suspiros, sussurros, gemidos.
A calma.
O som harmônico do silencio que nos permite ouvir os corações batendo descompassados.
Novamente o olhar, o sorriso, o toque e o beijo que cala e sela com cumplicidade o melhor dos segredos.
Então é hora de partir.
Na lembrança apenas o doce sabor do veneno que sai de seus lábios e me vicia como a mais poderosa de todas as drogas.