Sunday, November 30, 2008

The end has no end


Meu por-do-sol favorito dentre os mais de 150.745 da minha vida. Pq até hoje não existiu nenhum outro em que eu estivesse no lugar que eu desejei conhecer. Não dava para ver o sol se pondo, sendo engolido pelas águas do mar e o céu ficando laranja, até se tornar azul escuro pontuado por milhões de estrelinhas. Mas tinha o céu meio acinzentado de um dia nublado de Londres, o Tâmisa a minha frente e, também, às minhas costas, o Big Ben imponente ao fundo, e as luzes que começavam a acender. Porque dia 28 de novembro fez três meses que eu coloquei os pés de novo no Brasil, mas isso não tem nada a ver com a história.

Tem mais a ver com uma certa sensação de tristeza que eu não sei de onde é. Ou melhor, sei porque meu sexto sentido não falha nunca. Vem da certeza de que certas coisas têm que acabar e que muitas vezes, apesar da relutâncianós mesmos é que temos que colocar um fim. Elas simplesmente se recusam a morrer "de morte morrida"... E também da sensação de que no final das contas não dá tempo de fazer nada que a gente queira...

Aí, entra Londres... vontade de entrar no primeiro avião e voltar correndo pra lá. E dessa vez nem tem nada a ver com a cidade... ou com ter ido pra lá. É só pra fugir mesmo, pra algum lugar bem longe, onde mesmo que vc quisesse não conseguiria cometer os mesmos erros, da mesma maneira. Quer dizer... talvez até cometesse alguns parecidos. Mas pelo menos iam ter mais glamour. Já ouviu falar que "dinheiro não traz felicidade mas ajuda sofrer em Paris"? Então...no meu caso, em Londres.
Certeza que isso é efeito de um blog triste até umas horas que eu li noites atrás, somada com a sensação de não saber o que fazer da vida. Sabe aquela coisa que vc quis durante tanto tempo, daí consegue e não sabe o que fazer?

Então... um "misto de quero mais", de "como vou viver sem isso" com "preciso dar um fim nessa situação". Algo que sufoca e angustia e leva dias até se resolver e, para alguém imediatista como eu, pode ser a mais torturante angústia.

Tuesday, November 11, 2008

Nós provamos que Murphy estava errado


A coisa toda já dava mostras de que não ia andar bem uma semana antes do Festival um quando num telefonema combinamos de ficar num hotel. Minha intenção inicial era ir, assistir aos shows e voltar para Ribeirão na mesma noite. Mas, pedido de amiga não se recusa e decidimos pela hospedagem em algum lugar próximo de uma estação do metrô ou que não ficasse tão longe da tal Vila dos Galpões.
O problema é que parece que meio mundo estaria em São Paulo no mesmo final de semana e os hotéis com preços e quartos razoáveis localizados nas proximidades das estações do metrô estavam todos lotados. E agora? Optamos por um que era um pouco mais caro, mas resolveria nosso problema. Reserva feita, passagem comprada, finalmente chega o tão aguardado dia. E aí sim Murphy resolveu dar suas caras.
Saí de Ribeirão às 13h00, com destino a São Paulo e chegada prevista para as 17h05. Só esqueceram de avisar o motorista, que foi parando em todos os pontos da estrada para pegar outros motoristas, policiais e passageiros; e a torcida do São Paulo que, voltando de um jogo congestionou a Marginal do Tietê em pleno sábado. Assim, nosso horário que já era apertado ficou ainda pior. E também foi assim que, ligando para a Dri para avisar que estava chegando, descobri que o hotel simplesmente sumiu com nossa reserva e a gente estava, literalmente, na rua. Com tempo para raciocinar dentro do ônibus parado eu só conseguia pensar: “bem, na pior das hipóteses, nós deixamos nossas coisas num guarda-volumes na rodoviária e corremos para o show”.
Enfim, com isso tudo, além de eu atrasar para chegar na rodoviária a Dri também ia atrasar para me buscar e o intervalo até o horário do show, que era de 3h30, passou a ser de 2h30. Isso em Ribeirão Preto é uma vida, mas em SP...
Mas nós estávamos determinadas a chegar para assistir o show de Jesus and Mary Chain e era isso que faríamos. Na última hora, já na rodoviária, a Dri conseguiu o telefone de um hotel que ainda tinha vagas. Rumamos correndo para lá, entre metrô e táxis, com mochilas e muita, mas muita, ansiedade. Eu tinha certeza que ia dar tudo certo no final, mas minha companheira de aventura, coitada... estava desesperada. Ela ia basicamente para ver o show do Jesus.
No final, conseguimos um quarto e só passamos nele, mesmo, para deixar as mochilas. Descemos correndo, rumamos para a estação do metrô e, quando parecia que tudo estava correndo bem, descobrimos que a van que faz a baldeação entre duas estações de metrô que não são interligadas, simplesmente não funciona de final de semana. Era o fim... já era 19h50 mais ou menos e só tínhamos quarenta minutos. Definitivamente parecia que todas as Leis de Murphy estavam dispostas a nos mostrar quem é que mandava afinal. Mas, com a mesma determinação que eu havia dito em Londres que “não tinha ido até ali para ser derrotada por um sapato”, eu não estava disposta a ser derrotada por imprevistos. Ainda que eu não fizesse questão de assistir ao show de Jesus and Mary Chain. Corre, pede informação, pega táxi. Vai dar tudo certo agora, ok? Não. Porque apesar de todas as lendas afirmarem que motoristas de táxi em São Paulo conhecem bem a cidade, acho que pegamos justamente um que não sabia nem onde ficava o nariz. Não conhecia a Vila dos Galpões, não sabia ir a Santo Amaro e, pior, não sabia chegar na estação de trem mais próxima. O tempo corria... o trânsito parava. Para completar, ele pára o carro no meio da Marginal e diz: “Vou deixar vocês por aqui porque não sei onde é a entrada da estação. Vocês vão ter que perguntar.”
Tudo bem! Qualquer coisa é melhor que um taxista perdido. Assim, correndo da direita para a esquerda no meio da Marginal, perguntando onde era a entrada da estação, parecíamos duas baratas tontas. Até que uma outra garota vinha na direção oposta e resolvemos perguntar para ela. A resposta: “Eu também não sei. Parecer ser ali, mas está tudo fechado. E o pior é que estou atrasada para ir ao show do Jesus and Mary Chain.”
Ohhhhhhhhhhhhh God!!! Finalmente alguma coisa parecia dar certo. Mas a essa altura já eram umas 20h10. O que fazer então? Da-lhe táxi. Por sorte, dessa vez, um que sabia aonde ir. Sorte, porque nós três, que não nos conhecíamos arrumamos assuntos incríveis. De Tim Festival a Planeta Terra, de The Killers a Amy Winehouse, shows, cambistas, músicas, tudo foi assunto. Mas, a verdade, acho que falar sem parar era o antídoto para a ansiedade que tomava conta das três. E se não der tempo?
Mas deu! Chegamos quando Jesus tocava a primeira música.
Assistimos a todos os shows que queríamos. E, no final, fomos para casa de alma lavada com a certeza de termos provado a Murphy que ele estava errado. Afinal, nem tudo que pode dar errado vai dar errado da pior maneira possível. No nosso caso, tudo que podia dar errado acabou dando certo da melhor maneira possível.

Como música


Gente é como música. Umas são samba, outras são rock. Algumas são funk, outras são sertaneja. Há aquelas que são ópera e outras tantas que são um bom e velho tango. Existem as clássicas e as bregas; as depressivas e as felizes. E basta ficar atento para detectar a qual gênero melhor se encaixam. É claro que também existem as variações diárias. É possível acordar funk e terminar tango ou começar um ano clássico e acabar brega.
Mas tem gente que não basta ser música. Tem gente que é banda. Eu conheço pelo menos uma meia dúzia dessas. E uma delas é Los Hermanos do começo ao fim.
Batida simples, letra fácil, sentimentos a flor da pele.
Tem dias que está como “O Vento”, em outros é pura “Condicional”. Tem noites que é “Cara Estranho”, em outras é “O Vencedor”. Tem épocas que é “Eu vou tirar você desse lugar”, têm outras que diz “Vá embora”. Tem períodos de “Morena” e outros de “Todo Carnaval tem seu fim”.
Inconstante, incerto e deliciosamente intenso.
Como um disco de Los Hermanos, que se ouve do começo ao fim, sem parar, e com direito a repeat no final.

Sunday, September 28, 2008

Me and the Music


Eu, definitivamente, tenho uma relação muito estranha com a música. Com algumas, em particular, eu simplesmente não consigo sequer definir a sensação que elas me despertam quando ouço.
É diferente, por exemplo, de Wonderful Woman, dos Smiths, que eu sei exatamente o que sinto, o que eu gostaria de fazer, cada vez que ouço. Aliás, é bem diferente de Smiths de uma forma geral. Eu já disse em outro texto que Morrissey consegue me levar onde quer que ele queira simplesmente com o som da sua voz.
Essas tais outras músicas, que fazem parte de uma listinha bem grande, eu não sei o que fazer, como classificar. Só sei que gosto muito e o que sinto quando ouço depende muito do momento. Se estou feliz, tenho vontade de cantar, andar pelo parque, correr na chuva, girar de braços abertos no meio da rua feito boba. Em compensação, se estou triste, tenho vontade de ficar sentada na janela enquanto olho o cinza de um dia chuvoso, daqueles em que se você sai na rua é simplesmente para poder chorar sem que ninguém perceba, ou chorar no chão da cozinha como diz Amy Winehouse.
Uma dessas é The Hardest Part, do Cold Play. E embora Cris Martin seja daqueles caras com vozes que tem o poder de me fazer viajar e The Hardest Part seja absurdamente triste, tem dias que o som dos teclados e o clima da música me fazem ter vontade de sair correndo sentindo o vento no rosto, com aquela sensação de alívio que a gente sente quando passa por um fim de relacionamento muito ruim e, de repente, percebe que tudo o que você sentia foi embora. Simples assim, como que por encanto, como que através de um “click” do controle remoto. Em outros... ah, em outros...
Outra que se encaixa perfeitamente no quadro é “Read My Mind”, do The Killers. Há dias que tudo o que quero quando ouço é cantar “I don’t mind if you don’t mind” e receber um “I don’t shine if you don’t shine” como resposta. Sonhar com amores possíveis ou impossíveis, em lugares distantes, encontros em aeroportos, estações de trem, cartas, cartões, Encontros e Desencontros, como aquele de Scarlett Johansson e Bill Murray, com gente que gosta do mesmo que eu, com coisas que eu não precise explicar, com tanta coisa sem sentido, ou com tanto sentido que se torna incompreensível. Em outros, basta ouvir “On the corner of main street” para ter vontade de sair correndo, cavar um buraco tão fundo que me permitisse chegar à China, sem passar pelo calor do centro da Terra, subir na passarela mais alta da Tower Bridge e me jogar no Tâmisa ou definhar no melhor estilo “Romântico da Segunda Geração”.
Mas, de todas, acho que a mais ambígua é She’s a Rainbow, dos Rolling Stones. Em geral ela me despertava uma incrível vontade de usar roupas coloridas e sair saltitando (talvez por causa de uma propaganda que tinha essa música como trilha), mas também por causa da letra. Mas, em compensação, essa é a única com uma explicação lógica. Depois de ouvi-la no avião, na volta da Inglaterra, quando todos os sentimentos do mundo, toda a saudade do mundo, toda a tristeza do planeta está concentrada na garganta e você tem que pensar em alguma coisa absurda para não chorar porque é noite e não dá para usar óculos escuros, fica difícil manter uma relação só de felicidade com a música.
Ontem foi dia de felicidade. Hoje é dia de tristeza. Amanhã, só Deus sabe, mas espero sinceramente que os dias de “vontade de rir sozinha” sejam sempre em maior número. Eu tenho queda para tristeza, para o cinza, para chuva e com tanto tempo disponível ficar assim não é nada animador...

Sunday, August 31, 2008

Amizade instantânea


Existem pessoas com as quais a gente convive uma vida inteira e, por mais que se saiba e acompanhe praticamente tudo o que acontece com elas não se sente a vontade nunca. É como se uma barreira nos separasse delas, como se algo impedisse a aproximação completa. Em compensação, existem outras com as quais bastam apenas dois segundos de convivência, o tempo exato entre “oi, eu sou fulano” e “prazer, eu sou cicrano”, para que você tenha a sensação de toda uma vida de convivência. É como se não fosse uma apresentação, mas um reencontro de de amigos que se conhecem há séculos.
E foi assim, entre tomadas ligadas no 240, “ta ligado?”, “não é verdade?”, “vamo aí, vamo aí” e uma série de outras frases repetidas no mínimo duzentas vezes por segundo que o cara (ainda não era O CARA) que EU achava que devia SE achar “a última bolacha do pacote” ou “a bala que matou o Kennedy”, se revelou uma incrível surpresa na viagem.
Foram “ônibus de dúzia”, “morrer de árvore e ter sorte por estar no ônibus indo para casa”, “vamos por aqui que a gente sai do carnaval” e cair no meio do desfile, “ali fica Trafalgar Square”, “eu sei, já fui lá”, “foi mal”, “vamos nesse pub”, “Dri, troca a passagem”, “Dri, você tinha que ficar mais”, “ninguém acredita em mim quando eu falo isso”, “eu sou O cara que mudou sua vida”, “eu sou O cara que te levou pro outro lado do mundo”, “aqui nesse lugar eu vi o fulano”, “do you mind a picture?”, “eu sou difícil”, “isso não passa pelo crivo da minha razão” e uma série de outras coisas que transformaram uma segunda-feira, ou melhor um Bank Holiday, que seria mais um dia de turismo em Londres, num dia de milhões de risadas e passeios que não íamos fazer sozinhas.
Foram telefonemas, fotos, bagunça. Nossa imaginação fértil (minha e da Ligia) imaginando a chegada triunfal da pessoa que ia nos encontrar no hotel antes da gente ir embora (“de onde será que ele vem?”, “como será que ele vem?”, “eu acho que ele vem de bike”, “se ele fosse um super-herói seria o “Flash”). E assim, acabamos ficando todos “alcoolicamente bem dispostos” quase na hora de ir embora.
Conhecer gente assim é o tipo de coisa que torna as viagens mais interessantes, mas torna as voltas para casa mais chatas. Isso porque por mais que você fale milhões de palavras por segundo (e aqui estamos falando de duas pessoas que falam muito e muito rápido), ainda faltam duzentos trilhões de assuntos, porque por mais que você faça planos para a próxima viagem, você sabe que isso vai demorar séculos para acontecer.
Ao mesmo tempo é o tipo de coisa que te faz morrer de rir quando a fila para entrar no avião está parada ou o ônibus não sai do lugar e você começa a imitar a pessoa dizendo “vamo aí, vamo aí, busão” e o povo em volta saca que você está falando de algo que aconteceu na sua viagem e começa a rir, achando graça e provavelmente lembrando de algo que aconteceu na deles.
Enfim, tem gente que é assim, inesquecível mesmo que esteja longe. Porque afinal, dizem por aí que “a primeira vez a gente nunca esquece”, embora eu, particularmente tenha algumas ressalvas contra isso... Mas, vamos dar crédito à sabedoria popular e, sendo assim, como é que você esquece “a primeira vez que foi para o outro lado do mundo e quem te levou para lá?” Impossível!
This one is for you, HS man!

Friday, May 16, 2008

Relacionamentos, Carnaval e Los Hermanos


Escrever, para mim, é prazer e não gosto de misturar com “obrigação” quando não faço isso para me sustentar. Por isso não me importo em demorar a atualizar sites, blogs e fotologs. Também por isso, talvez, eu tenha me assustado com o pedido “escreve sobre Los Hermanos? Fz um texto para mim, ou sobre ma música que tenha a ver comigo”. Eu nunca tinha escrito um texto desse tipo sob encomenda.
Mas no correr do dia e conforme as horas passavam, a idéia martelava cadenciadamente na minha cabeça. “O que eu vou escrever sobre Los Hermanos, meu Deus?” Até que no meio da tarde, um telefonema me dava conta de que alguém perguntou sobre mim para uma amiga e questionou se eu “gostava de Los Hermanos”, utilizando isso como referência para me identificar, sei lá por que. “Opa! De novo? Em menos de dois dias? Acho melhor providenciar meu texto...”
Los Hermanos é uma banda de contradições. Despertou no “cenário indie” brasileiro e de repente arrebatava milhões de fãs que cantavam em coro, enlouquecidamente, o nome de uma “tal” Anna Julia. Até um Beatle entrou na onda quando George Harrison foi convidado por Jim Capaldi para tocar guitarra na versão em inglês. Pronto! Era o que bastava para que aqueles que ouviam antes do “estouro” passassem a renegar a banda. “Los Hermanos? De jeito nenhum. Ficaram muito pop.” No final, nem eles mesmos agüentavam mais a coisa e tiraram Anna Julia do repertório dos shows.
Eu não nego! Conheci Los Hermanos por essa música. Mas eu sou aquela que quando acha uma banda interessante vai atrás do trabalho dos caras. Foi assim com eles.
E, para mim, que sou chegada num lado meio “dark” (no sentido deprê da palavra) e em relacionamentos complicados e conturbados, existem dias em que não pode existir melhor trilha sonora.
Isso porque nem mesmo a levada meio carnavalesca ou a batida forte de algumas músicas esconde a tristeza das letras. Não existe final feliz em música do Los Hermanos (ou se existem, são raríssimos, e no momento, não me lembro de nenhum). Não existe relacionamento perfeito. Existem amores complexos, dores, despedidas, traições. E se juntarmos a isso a melancolia que os timbres de Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante e os acordes dos metais emprestam às canções...
Eles cantaram tão bem o desespero dos traídos, dos desprezados, dos que se apaixonaram pela pessoa errada, mas nem isso faz a gente morrer de tristeza quando ouve. Na verdade, quem freqüentava os antigos bailes de carnaval reconhece em seus shows e CDs a sensação indescritível de saudade de algo que ainda não acabou, típica da terça-feira gorda... Aquela coisa de pensar “ai ai... acaba hoje e depois só no ano que vem.”
O que difere Los Hermanos de outras bandas, na minha vida, é que eu não ouço desesperadamente o tempo todo, só em algumas situações, e também que sei qual é minha música preferida. E é justamente ela que me lembra a pessoa que pediu o texto: Condicional. Simplesmente porque ela fala de sentimento de posse. Daquele que toma conta de quem gosta de alguém (“... eu sei é um doce te amar, o amargo é querer-te pra mim...). E também sobre as maravilhas de se dar liberdade a quem se gosta (“... sei, tanto te soltei que você me quis em todo lugar...”).
Já foi a música da minha vida em dois momentos: um de posse e outro de liberdade. Hoje é simplesmente uma música que eu gosto muito. Assim mesmo, sem vergonha de admitir.
Pena que tenham se separado, ou estejam em stand by. Mas como eles mesmos já cantaram... “Todo carnaval tem seu fim”, era de se esperar que esse também tivesse.

Friday, March 21, 2008

PQP!!! Perdi a paciência!!!


Confesso que se minha paciência já era pouca, agora foi para o espaço. Já não tenho mais paciência para os vira casacas, para baboseira romântica, pra apelidinhos ridículos, para Orkut de casal, para quem morre por alguém hoje e amanhã jura amor eterno para outra pessoa, para quem faz duas vezes a mesma pergunta estúpida, para responder quem é Amy Winehouse e The Smiths.

Não aguento mais explicar o que é indie ou responder quem me pergunta se todo "roqueiro" usa drogas.

Não suporto mais futilidade, mulher que acha que precisa comprar toda semana, fazer chapinha e andar grudada em homem para ser feliz, "posers" que ouvem duas músicas de alguém e já se acham PHD no assunto, fazendo citações como se tivessem ouvido aquilo a vida toda.

Não quero mais ter que responder por que eu leio Harry Potter, por que não vou ao cabeleireiro toda semana, por que faço as unhas em casa, por que não quero me casar porque bebo cerveja e falo uma tonelada de palavrões por dia.

Queria que as pessoas entendessem que eu sou feliz assim, com meus livros, minha música e um bom ATT, sem compromisso, sem me matar de trabalhar, ganhando só o suficiente para fazer o que eu quero e, principalmente, sem saber da vidinha alheia e vazia que a maioria das pessoas leva.

Mas, o pior de tudo isso é que, apesar da paciência zero, eu sei que amanhã eu vou ter que responder de novo quem é Amy Winehouse, por que eu leio Potter, por que não quero me casar... ainda que seja com um olhar fulminante, uma virada de olhos, um suspiro e sem poder mostrar para as pessoas a coleção de palvrões que eu coleciono há anos.

Divagações de uma fã de Harry Potter esperando poder sair de uma prova


Ficar aqui sentada esperando dar o tempo de sair da prova faz a gente ter idéias. Já pensei em atualizar Fotolog, gatos, Youtube, na incrível vontade de fazer xixi que eu estou, no que será que meus pais estão fazendo na cidade enquanto me esperam. Minha mãe trouxe um Potter. Começou a ler "Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban". Eu trouxe dois micro livros para passar a hora enquanto a prova não começava, mas agora não posso usá-los. E essa prova. Que ridícula!!! Pra que p@#$% um jornalista precisa saber o nome de umas teorias idiotas que não vão fazer a menor diferença no dia-a-dia da profissão? Por que saber quem é o autor de "O 4 Poder" vai influenciar em escrever bem ou não? What the hell??!?!?!?! Para mim isso aqui é provão do MEC disfarçado de concurso. Não mede p@#$%% nenhuma os conhecimentos e habilidades da profissão. Só as teorias da facul. E o pior: as teorias daquelas matérias que a gente não usa para absolutamente nada. A não ser que vão cassar o diploma da gente por não lembrar que "Escola" uns malucos de milhões de anos atrás fundaram!!! Aff...

Perdi uma boa festa, uma ida ao Studio 11 e boas horas de sono para nada!!! Grrrrrrrr.

E minha mesa fica perto da janela e uma droga de cortina fica toda hora voando em cima de mim. Não dá para evitar pensar que ao olhar para o sol, lá fora, eu vou ver o time de quadribol treinando. Detenção!!! Isso é o que estou cumprindo agora!!! Se fechar os olhos e deixar a imaginação ampliar os limites do gramado da escola (e das árvores), posso imaginar a casa do Hagrid, a Floresta Proibida... A lula gigante deve estar na superfície do lago. Essa também pode ser aula de "História da Magia"... tediosa... E o barulhinho chato do ventilador da aquela preguiça... Ai ai... ao menos podia ser aula do Severo, não? Ou da Sibila, para podermos prever grandes tragédias e morrermos de rir? Ou quem sabe do professor Lupin, com seus ensinamentos tão interessantes...

Arre! Deu a hora! Até que enfim...


(Esse texto foi escrito enquanto eu matava o tempo esperando para sair de um concurso ridículo, no qual eu deveria permanecer pelo menos durante 1h30 na sala de aula.... e eu terminei a prova com 50 minutos... )