Monday, February 15, 2010

Scarlett Johansson na madrugada


Quando eu acabava de sentar na cama, me preparando para deitar, peguei o celular para ver a hora. Mas, antes mesmo de virá-lo, ele vibrou. Minha reação foi engraçada. Antes de olhar quem era minha reação foi pensar em alguém. Alguém... aquele alguém que me ligava sempre às 2h30 da manhã. Mas quando eu virei e vi o nome não pude conter o riso. Não era ele. Era outro... outro que numa incrível coincidência resolveu pegar o telefone para me ligar na "hora mágica".
E então, do outro lado a voz me diz "E aí, o que vc está fazendo?"
E eu digo "me preparando para deitar".
Ele responde: "Larga mão disso, vamos sair comigo."
E aí a ligação caiu.
Confesso que a vontade de ligar foi imensa. Mas, como eu disse para a minha mãe, se eu aprendi alguma coisa no pseudo relacionamento anterior foi não correr atrás. Se me quer, que me procure. Até porque eu já tinha tentado falar com esse fulano por esses dias, mas como dizem por aí ele andava "mais liso que bagre ensaboado"... e eu simplesmente tinha decido deixá-lo de lado. Até porque ele não é novidade. É caso de 10 anos atrás e já naquele tempo eu descobri do que ele era capaz. Não deve ter mudado tanto.
Então eu me deitei e fiquei pensando: "será que vai ficar nisso? Ou será que vou ouvir Scarlett Johansson* cantando em breve?"
Mas os minutos passavam e nada. Eu tentava me convencer que a bateria do celular tinha acabado. Mas, os traumas recentes me diziam que ele simplesmente estava bebado demais.
Ouvi um carro passar, parar e buzinar em frente à minha casa. Eu tinha certeza que era ele. Mas eu não ia sair às 3h da manhã, simplesmente para conferir. Não mesmo!!!
Assim, como num passe de mágica, mais alguns minutos se passaram e ouço o som inconfundível do celular vibrando ao lado da cama... logo seguido pelo balanço de "Relator". Era ele. Tudo igual, mas ao mesmo tempo tudo tão diferente. Ok então! Eu sei que o final seria o mesmo, mas se é para ser igual, que tal pelo menos fazermos as coisas de um jeito diferente. Foi assim que eu simplesmente resolvi que ia sim sair de casa às 3h15 da manhã.
A diferença é que a pessoa que estava comigo, no mínimo faz alguma diferença. É óbvio que eu o meço pelas atitudes do "fulaninho". É claro que eu tenho certeza absoluta que no final tudo vai acabar de maneira bem parecida. Mas... se é pra ser assim, que seja, pelo menos com alguém que sabe o que quer da vida, que vem me buscar em casa e que, no final da noite, paga a conta sem me pedir nenhum centavo emprestado.
É tão legal. Eu já gostei tanto dele em outros tempos. Mas, a razão pela qual eu consigo dar um passo atrás, me afastar e enxergar tudo tão direitinho, é mesma que me faz lembrar de você no dia seguinte (ou me faz esperar o telefone tocar de madrugada): eu, simplesmente, não consegui superar o que aconteceu no final do ano... Eu, simplesmente, ainda gosto de "você" muito mais que eu devia, ou que eu queria.

* O toque do meu celular é a música "Relator", de Scarlett Johansson e Peter Yorn.

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